sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Termo da Copa

Uma cabeçada, simples assim. É claro que após isso ainda houve uma disputa de pênaltis, mas isso foi adendo, pois a Copa de 2006 teve termo naquela cabeçada de Zidane. Sempre é assim, um gênio põe termo à Copa, seja da forma que for.

A Copa de 58 não terminou no apito do juiz, terminou sim quando Didi – após o Brasil tomar o 1º gol da Suécia – colocou a bola debaixo do braço e proferiu a seguinte frase: “Vamos encher esses gringos!” Outros 6 gols foram feitos após isso, inclusive o lendário chapéu de Pelé, mas quando isso aconteceu a Copa já havia tido seu fim. Seu fim foi quando Didi, o gênio, decidiu que seria.

Em 62 a Copa terminou antes mesmo de começar a final. Terminou quando Garrincha, com 39 graus de febre decidiu ir a campo. O jogo pouco importa. A Copa teve termo quando Garrincha quis jogar.

Em 70 foi a vez de Pelé. Ele terminou aquela Copa quando – sem olhar – passou a bola para um possível Carlos Alberto que deveria aparecer por lá. Pouco importa se Carlos Alberto de fato apareceu para marcar o gol mais bonito de todas as Copas. Isso foi depois do fim. O fim foi quando Pelé soltou a bola no infinito das possibilidades.

Em 94 as coisas aconteceram ao contrário. O gênio no caso era Baggio e ele deu termo chutando para fora aquela bola que o perseguiria até hoje, assim como a cabeçada persegue Zidane.

Em 2002 foi um trabalho conjunto, 3 gênios puseram fim à Copa. Rivaldo ao chutar a bola, Khan ao rebatê-la e Ronaldo ao aparecer do nada para por fim não só ao sonho alemão, como ao seu pesadelo de quatro anos atrás. Ali terminou a Copa.

Em 50, ano da maior tristeza já vista na terra, quem pôs fim não foi nem Ghiggia, com seu gol que calou a maior das multidões, nem Barbosa, com sua pequena e monstruosa falha. Quem pôs fim àquela Copa foi Obdúlio Varela, quando tomou as rédeas da situação e – do alto da maior liderança já vista em um campo de futebol – esbofeteou Bigode e, com ele, todo o Maracanã e o equilíbrio emocional do escrete brasileiro.

Em 98, a outra tragédia, o final também coube a Zidane, que iniciou esse texto. Aquela Copa acabou assim que a bola saiu da cabeça do gênio a primeira vez. Não foi – como pensam muitos – quando Ronaldo caiu prostrado antes do jogo, não. Foi quando o francês subiu mais alto que toda a zaga para fazer o 1º de seus únicos 2 gols de cabeça pela seleção francesa. Uma cabeçada, simples assim!

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