segunda-feira, 27 de setembro de 2010
avorismo
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
O Sonhar
Lita: Hector querido, onde vai a essa hora?
Hector: Sairei.
Lita: Mas pra onde? me diga amor!
Hector: Para onde mais? Para o sonhar eu vou!
Lita: Mas não sei meu amor, se me sinto
segura com você a vagar por aí.
Hector: Não irei por aí... sabes muito bem.
Lita: Não te entendo. Tens tudo aqui.Não tens?
Hector: Claro que sim! Mas tudo não me basta.
Quero mais!
Lita: Então creio que terás
agora mesmo que fazer uma escolha.
Hector: Lita, meu amor, sabes bem que sempre
te amei, mas nada disso sobrevive
quando é preciso uma escolha fazer.
A escolha mata o amor. E fico sem
um e sem outro, totalmente incompleto.
Lita: Pois escolha! a hora já tarda!
Logo mais anoitecerá e os portões
do sonhar se abrirão. E deves então
partir ou ficar, qual seja a opção.
Hector: Escolho esperar o momento mais
certo de partir rumo ao infinito
sem por isso ferir teu coração.
Lita: Esperemos juntos então. Me dê
a tua mão pra unidos ficarmos,
mais próximos do que já estamos,
e pra que próximos permaneçamos,
até essa noite acabar.
Hector: Sonhar...
Não... esperarei o quanto for!
[e permaneceram unidos, por todo o tempo dos sonhos, sem saber que nada do que viviam era real]
Breve, Conciso e Auto-Explicativo Diálogo Dramático
- Ufa!
- Não, Lívia, é sério. Acabou mesmo.
- Não, tudo bem, eu sei, eu também estou falando sério.
- ...
- Então é isso, boa sorte para você na vida e muito obrigada por tudo, viu?
- Tá bom... de nada.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Caso 057/10: cavaleiro das trevas
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
à espera: micropeça em meio ato
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
O Bonecão
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
depois toma o corpo e acaba no pé
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Meu Sentimento de Patriotismo
Nunca senti absolutamente nada de especial em relação ao Brasil. Esse furor nacionalista, fomentado a cada dois anos pelas eleições e todo domingo pelo Galvão Bueno, essa coisa de que Deus é brasileiro e o cacete. Isso tudo me inspirava estranheza quando mais jovem e atualmente me inspira pena e compaixão.
Porque não tem nada mais deprimente do que ver um coitado de um sujeito ganhando 500 mangos por mês, tendo que deixar uns 150 em impostos para um governo que está pouco se lixando para ele, tendo que sustentar família e comprar caderno para o filho estudar em uma escola que se esforça para manter toda a família num mesmo nível de ignorância operacional, e ainda por cima gritando "Brasil!!!" porque a seleção fez um gol. E quando a gente enfia 5 a 0 nos EUA, parece que a diferença social e econômica entre os dois países fica perdoada, porque afinal de contas eles têm dinheiro e vivem bem, mas a gente é pentacampeão. Ta pago.
Eleições conseguem ser ainda mais cruéis, ainda mais desumanas do que o esporte. Passam anos e anos bebendo champagne e Blue Label, conhecendo os 5 continentes, fazendo esbórnias e orgias saturnais com prostitutas de 16 anos de idade, enchendo o rabo de cocaína e outras coisinhas mais, e tudo com o seu dinheiro. Tudo com aqueles 150 mangos de impostos que cada coitado que trabalha tem que pagar para não dormir no xilindró. Aí chegamos no ano eleitoral, e começam a falar que o voto é o exercício da cidadania, que o processo democrático é um direito adquirido, que vivemos em um país livre e somos dessa forma livres para escolher nosso futuro na forma de nossos líderes. Batem no peito com a camisa canarinho e ainda chamam jogador de futebol (porque não, NE?) para dizer na TV que o melhor do Brasil é ser brasileiro. Fazem piada com a sua cara o ano todo e ainda querem proibir os humoristas de fazer piada em tempo de eleição.
E sabem o motivo? Três letras: CQC. Um programa que nem acho bom, mas que constitui a primeira tentativa bem-sucedida de ridicularizar as atitudes ridículas de nossos líderes. Tudo isso porque, entre nossos 26 líderes governamentais, não há um que tenha preparo intelectual e retórico para sentar diante do Marcelo Taz e não ser esmagado. Agora eu pergunto, é o Taz que é o maior orador da humanidade, ou nossos líderes são néscios ignorantes incapazes de argumentar sem um discurso pré-concebido?
Para ser bem honesto, gosto muito da diversidade genética da população local, e ainda mais do clima ameno, sem catástrofes naturais relevantes na região em que vivo. Tirando isso, não vejo nada de razoável nesse país que me inspire qualquer amor à terra ou a seus ocupantes. Talvez nem você sinta de verdade esse patriotismo todo, meu caro leitor. Talvez você só esteja acostumado a acreditar quando nossos líderes te dizem que esse imenso aterro sanitário global, com líderes que se relacionam com governos terroristas, é muito cheiroso e bem arrumado. E eles, enquanto isso, podem trabalhar tranqüilos com você bem distraído pelo Campeonato Brasileiro e pelas Cestas Básicas que te mandam junto com o Bolsa-Família. O patriotismo, meu caro, já dizia Samuel Johnson, é o último refúgio dos canalhas.