segunda-feira, 24 de junho de 2013

cena banal

Ele acorda cedo pela manhã com o braço adormecido, volta a dormir um pouco, olha pro lado e ri, volta a dormir, ela dorme. Nas idas e vindas da mente, do sono do sonho todo, lembra de um dialoguinho dito no fundo da noite, na beira depois da qual é tudo sono esquecido.

- Bom ter te conhecido. Feliz por esses dois dias, por esses dois dias todos.

- Por todos esses dias.

- Feliz por estar contigo.

- Feliz por estar contigo.

Sono, sono, dia logo continua.

- Você não devia viajar. Amanhã.

- Vá comigo.

- Não dá.

Não vai.

Dormem, dormem, sonham, acordam com o gosto estranho na boca de uma ressaca. Ele se veste e breve, casaca por sobre o ombro, tenta sair do corpo, do sonho dela que o ata.

Ele sai meio triste, ela fica não sabe como.

A noite de choro e samba no Clube, a noite primeira de ambos, ainda ressoa e tanto. Ela em um canto, ele na rua. Ele cantando. Ela nua.

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