segunda-feira, 24 de setembro de 2012

entre a cruz e a espada

- Saí antes do fim da aula, já lá ia minha paciência, não dava pra aguentar mais. Na estação do metrô coloquei uma moeda na máquina: precisava de água. Um euro, a moeda, um euro a água. O metrô já vinha vindo, a moeda foi diretinho pra goela metalante. Nada de água, metrô já chegado, moeda travada. Roubaram um euro numa moeda inteira, e o trem ia dar partida, e eu fiquei entre ele e a máquina maldita. Apertei dois botões: mais não ia adiantar. Dei a moeda como perdida, pulei dentro do trem na hora exata e as portas se fecharam no meu pé. Moeda perdida, mas não perdi o trem. Que bem ia fazer continuar ali, batendo na máquina e gritando pra barra de chocolates guardada lá dentro, "a máquina filhadumaputa roubou minha moeda, merda, merda, quero minha moeda, água, quero meu trem. Nããão!, trem, volte aqui.". Perderia o trem. E a moeda. Que bem faz, então, não conseguir abrir mão de uma pataca?

Joana continuava olhando, calma, pacientemente. Ele percebeu.

- Desculpe... quero mais uma cerveja, se faz favor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário