segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Diário íntimo I

“É uma estupidez
não ter esperança”

(O velho e o mar
- Hemingway)

Quando se retorna, seja lá donde se venha, a única coisa que importa é o quanto se vai ficar. Quando se está fora, longe de casa, a única coisa que importa é não pensar na volta, nunca, de jeito nenhum.

Exceto quando se volta.

E eu volto agora como volta o clube, como volta janeiro, como volta o mundo. E voltando na rua cedo, por sob a chuva, ouvindo o riso de uma criança à toa, brincando perto, sorri um pouco.

Nada demais, vocês logo percebem. Nada no mundo é nada demais.

O retorno quebra o ânimo e entusiasmo. Cada retorno mata um pouco. Cada volta que a gente dá aumenta em dois os centímetros da alma.

A cada morte de cada volta os centímetros se transformam, se tornam metros e algumas horas. A cada volta a pouca morte faz crescer, e desprende. Estamos mais velhos com o retorno, e melhores.

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