segunda-feira, 8 de agosto de 2011

moscas

Abro mais uma sentado aqui. O tampo de mármore dessa mesa gela meus dedos mais que a cerveja. Ouço um silêncio da porra, isso sim. Silêncio demais pra mim, até. Esse bar era melhor, tenho certeza disso. Tenho certeza.

Outra vez a porta se fecha. Nem me viro mais para olhar. Só o barulho acusa: um outro filho da puta deixou o salão. Pela reação da atendente a gorjeta foi pouca. Ninguém mais respeita ninguém, ninguém mais.

A cerveja acaba, já quente. No fundo do dente um pedaço de amêndoa resiste. É a única, casca grossa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário