quinta-feira, 1 de outubro de 2009

da zaga

Gavilanes era peça chave na seleção de 84. Seleção paraibana. Na época foi convocado até mesmo pro time do Crato, primeira divisão. Faz alguns anos, isso, e Doris esteve com ele desde o começo.

Desde antes, desde a série E, desde bem antes mesmo. Sempre se amaram. Felizes, planos e prestações vencidos, conquistados. Casa própria em outro estado, salário fixo e mesmo uma pensão prevista, pra caso o fim da vida. Dele.

Gavilanes ia mudar, agora, de time e de lugar. Era um jogador modelo, exemplo, zagueiro e capitão. Isso desde antes da seleção: Gavilanes era um jogador perfeito, justo e pacífico. Um fair play. Gabava-se apenas de nunca ter, nunca, levado um vermelho. Só mesmo um cartão amarelo, uma vez, que ele admitia. Merecera.

Doris não o aguentava mais. Tinha a casa, tinha a pensão... Não ia mais mudar de canto, aos 30 e tantos, com quatro filhos na mão e outro no buxo. Ele que fosse sozinho. Era um jogador exemplar, não era? Era justo e a perfeição, não era? Ele que fosse sozinho.

Um homem bom não faz falta.

2 comentários: