segunda-feira, 17 de setembro de 2012

quadriálogo

- Como assim, parada?

- É, cara, uma parada. A gente chegou à conclusão de que não dá pra não fazer nada, e resolvemos mobilizar.

- Mas... parada?

- É, bicho, é! Uma parada dessas não vai deixar ninguém ignorar nossos direitos, ninguém vai des-saber o que fazemos.

- Vai des-o-quê?

- Des-saber. Tipo quando o cara faz aquela parada lá e fala "mas eu não sabia!".

- Faz aquela parada? Ma' que parada?

- Ah, aquela cena da ignorância absoluta. "Não sei de nada, não sei de nada".

- Sei. Puta parada dura, essa.

- Que parada?

- A do não-sei-de-nada.

- Ah!

- Mas, me diz aqui, quando vai ser essa parada?

- Oi?

- Essa parada, cara.

- Ah, é... ahn... peraí um momentinho.

O homem acenou. A garçonete nova, jovem e nova, demorou para perceber. Joana percebeu, do outro lado do Clube, e ordenou à colega:

- Vamos, vá logo, o moço está esperando.

- Esperando o quê?

- Que tu não fique aí parada!

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