Malandrílson estava escondido atrás de uma pilha de caixas de cerveja. Até isso era excitante: escondido atrás de uma pilha de CERVEJAS! Meu deus, pensava Malandrílson, consegui entrar no bar, consegui entrar no Clube!
Lá fora, no beco escuro e úmido da quebrada da cidade, ouvidos colados na porta, os outros meninos ouviam a ofegância de Malandrílson. Ele precisara correr para entrar sem que ninguém visse, e ele entrou, quando o moleque-assistente-de-lixo estava lá fora com os sacos de restos de bar.
O menino, pé sujo e descalço, andou passo a passo através do estoque, e esticou o pescoço para ver pelo vidro da porta que dava na cozinha. Lá estava ela, a maravilhosa Aninha, loucura das noites mal dormidas de pré-adolescentes. Francamente, pensava o menino, ninguém vai acreditar quando eu disser que vi os peitos dela, um pedaço pelo menos, agora, quando ela abaixou - olha lá! - para pegar o pano de prato do chão. Ninguém vai acreditar não. Mas ah, esses peitos, que eu vi com esses olhos que a terra há de comer, mas há, ah!
Tateando a porta lentamente, abriu uma fresta por onde se enfiou. Lá ia Malandrílson, rápido feito um siri de lado, enquanto Aninha - ainda com o peito amostrado - sacudia a poeira do guardanapo.
É. Malandrílson tinha um amigo que chamava pano de prato de guardanapo, vai entender.
Mas Joshua pegou o moleque no pulo, e num átimo lá ia o malandro caindo na rua, caindo no beco, por cima dos amigos pegos de surpresa. No susto, na porta abrindo rápido, todo mundo se estabacou junto, e Joshua só deu um sorriso um pouco nostálgico, um pouco sarcástico:
- Moleques...
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