- Você não me respondeu.
- Oi?
- Não me respondeu. Não me ligou no dia seguinte pra dizer o que pensava.
- Sobre o que?
- Como sobre o que!? Eu te fiz uma pergunta. A pergunta. E te deixei ir na noite fria...
- Ir na noite fria? Tu é o que, agora, um poeta?
- Não fuja do assunto. Você não respondeu.
- Não sei a pergunta.
- Mas eu te falei.
- Desculpa.
- Filho da puta.
- Eu sei.
- Passei a vida inteira dos últimos dias aqui pra você, olhando você, convidando você.
- Às vezes convidar para entrar é o mesmo que pedir pra ir embora.
- Não! Quer dizer... como assim?
- Preciso ir.
Levantou-se e saiu pela noite fria. Joshua, no balcão do bar do Clube, pestanejava sonhando com uma realidade estranha onde se chamava Zack e, com outro nome, comandava o mesmo bar. As velhinhas na mesa do canto ainda fiavam um xale. Joana tomava um chá. A menina, filha de Joshua, brincava com a jukebox que, para ela, era uma gigantesca caixinha de música. A noite esquentava pouco a pouco.
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