Quem sabe quem são os caras do clube? De onde vêm, aonde vão, como, quando e porquê? Aposto que você não sabe bem. Talvez, numa noite alta, madrugada, com meia dúzia de álcool na cabeça e na calçada, você se pergunte o que todos se perguntam, uma hora ou outra, tão secreta e silenciosamente que nem se dão conta: cadê a entrada? Onde é esse clube?
Quem se associa ao salão em penumbra de onde brota a constante música, donde exala cerveja e uísque, onde se ouve jazz e twist bossa nova e rock, quem caminha por porta adentro esquece por breves momentos o porta afora do mundo.
O clube é um mundo à parte. Quem são os caras do clube, as mulheres, as raras crianças que entram dia alto sol a pino para tomar um sorvete, um suco, milkshake e queijo quente? Os pequenos ratos, baratas e traças dos fundos, das latas de lixo, almoxarifado? Quais são os cachorros e gatos que vez ou outra arriscam focinho e patas pra dentro daquela casa?
Quem é a mulher que serve mesas, bancadas, que enche cervejas e varre a rua defronte à entrada?
O clube é um lugar que você só encontra se vive lá. Ou se, por outro lado, deixa de procurar.
Os caras do clube estão em todas as partes, em todos os bares, quietos, calmos, alguns com angústias fundas que os machucam do dia à noite, alguns com pouquíssimo peso em suas costas. Os caras do clube são poucos, alguns, todos e quaisquer caras, mas dificilmente vais saber.
O cara do clube pode ser você.
Muito bom Leandro, gostei bastante. Parabéns. Ana Eliza.
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