A memória mais clara na minha mente é de uma noite no
cinema, com meus pais. Ah, como me fascinam as armadilhas que nossa própria
mente cria. Minha mulher e filha estão mortas, enterradas na terra e seguiram o
ciclo natural da vida: primeiro elas nasceram, cresceram e desenvolveram-se,
para decair em alimento no solo, devolvendo assim parte da energia que as
constituía por meio da digestão de vermes e larvas. Mesmo assim, o pesadelo
recorrente que tenho envolve meus pais, que tiveram uma morte tranquila e
natural. Estávamos em um reprise do Fantasma da Ópera e, apesar da música ruim
e das atuações tão delicadas quanto um açougueiro destroçando um porco de
duzentos quilos, eu estava completamente imerso na película em preto e branco.
A donzela em perigo, o mascarado que andava nas sombras... que tipo de criança
perturbada não gosta do mais horrendo terror? Não é um pesadelo que foge do
comum dentro dos estereótipos deste tipo de sonho, com pessoas perseguidas pelo
homem mascarado, não, o meu problema é com a máscara do Fantasma. Podemos ver
seu rosto, ver que ele é um humano, nada de sobrenatural aqui, mas há algo
escondido, há um segredo naquele
rosto parcialmente encoberto. No sonho, acho interessante que chego sempre à
mesma conclusão dentro dos reinos de Morpheus, eu percebo que ele, mais
especificamente a máscara, é uma analogia para todas as pessoas, para cada
segredo escondido e suportado no íntimo, para as feridas silenciosas que
corroem lentamente o espírito dos homens atormentados. Eu uso minha própria
máscara, você usa uma; o que nos difere, caríssimo Estranho, é quão escondido
está o nosso rosto, o tamanho de nossas máscaras.
Marvin parou o
carro na frente de um pub antigo, torturado pelo tempo. As janelas do lugar
estavam barradas por placas de compensados e a porta encontrava-se selada por
grossas correntes. O pub não tinha mais placa, era um lugar sem nome, apenas um
prédio abandonado em estado neutro, cinza o suficiente para escapar de sua
atenção. As pessoas passavam por nós, algumas comentando sobre o tiroteio perto
de Camden Town, outras conversando sobre assuntos pessoais e outras ainda com
fones de ouvido, de onde era possível escutar a bateria de músicas aleatórias.
Mas ninguém reparava no prédio decaído. Ela me entregou a mala preta e abriu o
cadeado, deixando cair as correntes com um baque agudo, entrando pela porta em
seguida.
No lado esquerdo da
entrada, algumas mesas estavam empilhadas, como se fossem várias ampulhetas que
marcavam a passagem do tempo com pó e mofo no lugar de grãos de areia; a
madeira comida por cupins e soterrada por restos de pequenos mamíferos. Uma
mesa estava jogada no nosso caminho e fomos obrigados a saltar para
ultrapassá-la, o vestido de Darla deixando parte de suas coxas à vista. À minha
direita, um balcão igualmente acumulava pó e algumas garrafas vazias ainda
estavam enfileiradas no espelho do fundo. Um único pano, certamente usado para
limpar os restos de bebida e petiscos da madeira, apodrecia encostado na barra
dourada que limitava as bordas do balcão. Caídas no chão, duas camisinhas
formavam um X. O prédio é utilizado,
afinal, pensei. O ar era sufocante, úmido e estagnado, pesado. Era como
respirar em um pote de vidro com uma meia usada, depois de alguns dias sob o
sol forte. Meu nariz começou a coçar e espirrei algumas vezes.
Marvin estendeu um
lenço e eu agradeci, usando-o sonoramente. “Darla é uma filha da puta”, ela
quebrou o silêncio. Estraçalhou, na verdade. “Bob estava me procurando enquanto
eu buscava por ele, mesmo sem saber. Escutamos um chamado mútuo.” Novamente ela
não fazia sentido... muitas coisas não faziam sentido quando saíam da boca de
Marvin. Durante o percurso ela sussurravas frases desconexas e algumas teorias
sobre o paradoxo ou algo do tipo. Estava começando a duvidar da sanidade
daquela mulher. Olhar para ela por muito tempo fazia minha mente entrar em uma
espécie de vertigem, uma descida direta para a loucura, como se meu cérebro
lutasse para entender o que via. Ela era impossivelmente
linda, sua pele diferia do normal, os olhos pareciam capazes de derreter seus
órgãos ou causar um orgasmo com a mesma facilidade. “Ela sugava as energias de
Bob, além da conta bancária e favores políticos, claro. Mas ele era apaixonado
pela vaca e não podia fazer nada contra isso, eu sei por experiência”, ela
concluiu.
“Eu não entendo o
que você está dizendo”, devolvi. “Você fala como se Darla fosse outra pessoa...
Bob, ou Bret ou qualquer que fosse o nome do imbecil, afirmou que vocês não
eram gêmeas, mas a mesma pessoa, que lentes de contatos coloridas definiam quem
você seria durante o dia.”
“Não o chame de
imbecil, Bob era um homem gentil.” Marvin grudou os olhos castanhos nos meus.
Por um segundo, senti minha alma queimando. “Caso a oportunidade de ter
novamente tudo aquilo que você perdeu no caminho aparecesse, escolheria este
caminho, sem se importar com as consequências?”
Pensei por alguns
segundos. “Sim. Talvez... acho que sim.”
“Você não poderá
hesitar...”, ela deixou meu nome morrer no ar. “O que vou te mostrar exigirá
uma decisão rápida, você não terá muito tempo. Mas saiba, e isso eu descobri
por causa do Bob, que sempre somos iguais, ou quase. Nosso nome muda, por algum
motivo, e algumas vezes nossa profissão, mas nunca o gosto, ou as pessoas que
amamos ou odiamos. Você pode morrer em um lugar e continuar vivo em outro,
inclusive na mesma... camada. Uma coisa, no entanto, nunca muda”, Marvin andou
até a caixa de energia e, para minha surpresa, as luzes se acenderam quando ela
mudou os interruptores, liberando eletricidade para a fiação antiga, “tempo e
espaço são invariáveis.”
Luzes acenderam no
prédio antigo, revelando ainda mais pó do que eu poderia conceber. Havia ratos
e metais enferrujados; teias de aranha envolvendo mariposas e vidro espalhado
por todo lado. “Você realmente acredita nessa merda toda?”, uma voz fez eco no
salão quase vazio. Olhamos assustados para a origem do som e vimos Darla,
igualmente bela. Darla vestia um pesado casaco de peles e tinha um chapéu
branco na cabeça, algumas mechas do cabelo dourado penduradas nas orelhas da
mulher. Darla e Marvin estavam no meu campo de visão e por um instante a
realidade se negou a conceber tal possibilidade. A diferença entre elas, além
da coloração das retinas, era que Darla parecia real, enquanto Marvin era envolta por uma textura estranha. A
mulher lembrava o coelho Roger durante o filme, um desenho em um mundo real,
facilmente identificável enquanto tal. “Ela roubou minha vida. Estendeu a mão e
me puxou para ser deixada para trás, mas eu consegui voltar, eu voltei e
descobri onde vocês estavam”, ela cuspiu em nossa direção. “Armei um cenário
para vocês serem mortos, mas esse inútil”, ela apontou uma pistola .45 para
minha cabeça. Minha testa coçou incontrolavelmente diante a ameaça, “estragou
tudo. Você seria manipulado até matá-los, não deveria acontecer assim.” Ela
puxou um dos ombros do casaco e revelou o corpo nu, colocando um seio nas mãos
e apertando, deixando o mamilo rosado escapar entre os dedos indicador e médio.
“Isso seria seu para sempre.”
Estiquei as duas
mãos para ela, soltando a mala no chão e mostrando minhas palmas limpas.
“Darla, cuidado com isso, não queremos acidentes por aqui, certo?”
“Não desperdice
energias”, Marvin disse. “Bob a ensinou mostrar a arma apenas quando for
disparar. Ela sabe o que está fazendo... e quer
fazê-lo.”
Darla sorriu, um
riso sinistro. Tenho certeza que um bebê morreu em algum lugar do mundo só por
causa daquele sorriso, carregado da mais pura maldade. Vingança, diziam seus
lábios esticados quase de orelha a orelha. “Meu Bob está morto...”
“Você o matou, sua puta louca!”, Marvin
berrou.
“...e agora será
sua vez. Mas sempre posso ir até outro Bob, matar outras Marvins e roubar meu
precioso marido, não é?” A arma em sua mão disparou, mas Marvin havia previsto
o movimento e se jogou em minha direção. Caímos atrás de algumas mesas e o
corpo da mulher deixou todo seu peso sobre meu estômago. O ar entre nós
produziu certa estática e eu me afastei o mais rápido possível. Outro disparo e
uma lasca de madeira acertou meu rosto, produzindo um filete de sangue.
O barulho dos tiros
naquele lugar fechado machucavam meu ouvido e deixavam minha cabeça tonta. Eu
não conseguia pensar diteiro, estava desorientado e confuso quanto ao que
fazer. “Por que estamos aqui?”, perguntei para Marvin. Não sei se falei ou
gritei as palavras. Darla continuou a disparar em nossa direção, fazendo
buracos nas mesas podres e trocando rapidamente de pente.
“Na Jukebox”, ela
respondeu, “B-42.” Essas foram as últimas palavras de Marvin, nesse ou em
qualquer outro mundo. Assim que terminou de falar, seus lábios encostaram nos
meus em um beijo hipnotizante. O mundo explodiu em minha cabeça e, por um
milésimo de segundo, acho que encostei alguma energia poderosa e secreta, reveladora.
Um último disparo da arma de Darla e a cabeça de Marvin tombou para o lado, uma
mistura de sangue e pedaços de osso saindo por um pequeno buraco. Os olhos
perspicazes encaravam sem vida para o teto. O paradoxo, afinal, não fora forte
o suficiente para salvá-la.
“Não!”, gritei até
quase estourar minhas cordas vocais. O som da gargalhada, no entanto, fez meus
gritos morrerem. Darla ria como o Coringa, de forma quase gutural e insana, uma
risada desesperada e aliviada ao mesmo tempo. Eu me levantei, com minha própria
arma, até agora esquecida no coldre, em mãos. “Porquê? O que você fez?”
Ela enxugava lágrimas
negras que escorriam pelo rosto alvo, o rastro da maquiagem pesada marcando as
bochechas. Ela abriu a boca, mas antes que pudesse falar qualquer insanidade,
olhou para a própria barriga, cheia de pontos vermelhos. Cinco disparos
rasgaram o torso da mulher no meio e duas Darlas caíram em uma poça de sangue,
estômago e intestino. Em menos de três segundos o lugar estava cheio de
agentes, parecidos com os que haviam nos perseguido naquela manhã. Eram como os
clones Imperiais, uma fila interminável de Agente Smiths que procuravam apagar
os bugs da Matrix. Eu corri para o fundo do bar, para a Jukebox, e apertei a
combinação sussurrada por Marvin, o último legado da misteriosa mulher, cujo
hálito ainda existia em meus lábios. B,
meus dedos pressionaram sobre os gritos para me render. 4 e 2.
O mundo ao meu
redor foi sugado pela Jukebox, um aparelho de madeira, com o desenho antigo dos
rádios pré-guerra, eu pude então notar. A realidade foi sugada, como a luz
reage perto de um buraco negro, concentrando-se em um minúsculo ponto no meio
da Jukebox. Olhei para a lista de músicas e notei que quase todas eram do Queen
ou do Beatles. “Humm”, soltei. Por um breve momento, existia apenas eu e a
máquina em um infinito escuro e sem vida. O tempo parecia não existir e todas
as coisas estavam mesclado em uma única esfera, perfeita e harmoniosa.
De repente, o mundo
explodiu em cores, diversos mundos, diversas vidas, incontáveis Chandlers. “Você me puxou”, escutei Darla em minha
mente. Eu olhava para várias versões de minha vida, como uma tela de televisão
mostrando cenas diferentes, lado a lado. Um dos Chandlers estava ligeiramente
acima do peso e vestia um horrível terno esverdeado, outro usava um tapa-olho e
estava fumando um gigantesco charuto; um deles estava bronzeado, o outro
cheirando cocaína. Robert teorizou sobre os universos paralelos e as infinitas
possibilidades causadas por minúsculas variáveis em nossas vidas. Era para isso
que eu olhava agora: minha versão nos universos em que ainda estava vivo. Eu
era um traficante, um escritor, um pedreiro, um padre, um desenvolvedor de
nanotecnologias, um transsexual... uma infinidade de versões de minha própria
pessoa estavam ao meu dispor. E todas as versões se olhavam, curiosos. Marvin
dizia a verdade sobre o tempo e espaço, estávamos todos no mesmo lugar.
Da mesma forma que
minha realidade desapareceu quando liguei a Jukebox, as luzes começaram a
piscar. Se eu fosse fazer algo, tinha de ser naquele momento. Foi quando vi um
Chandler carregando uma aliança na mão esquerda. Ele olhava assustado para o
que acontecia, tentando entender os homens tão parecidos com ele mesmo. Vestia
uma camisa azul e tinha uma fina camada de barba por fazer, como a que agora
tomava conta do meu rosto. Sem pensar, como sempre ocorre nesses momentos, eu o
peguei pelo ombro e puxei para o meu lado da realidade e me joguei para o lugar
de onde ele vinha. Foi mais fácil do que eu poderia imaginar, ele não ofereceu
resistencia alguma, tomado pelo choque.
Á minha costas,
escutei os disparos.
O mundo piscou. E
apagou.
Agora estou em um
porão, escrevendo essas páginas em um computador estranho, iluminado com ajuda
de uma vela. Cheira mofo, aqui. Mas é o único lugar desagradável de toda a
casa, tenho que dizer. Se eu subir agora as escadas, vou encontrar uma casa
organizada e aromatizada, brinquedos espalhados pela sala, e o cheiro do
shampoo de minha mulher espalhando-se pelos cômodos. Está um dia bonito lá fora
e os passaros cantam enquanto os vizinhos acendem churrasqueiras e o barulho de
crianças brincando nas piscinas invadem meu jardim. É a vida que eu sempre quis
para minha família. Elas estão vivas e felizes. Eu sou um analista financeiro
de uma grande fábrica e, apesar das longas horas diárias, vivo uma vida
confortável com minhas duas princesas.
Esse mundo é
parecido com o que vim, mas há diferenças. 11/9 nunca aconteceu, a Guerra do
Vietnã foi vencida pelos Estados Unidos e horrores coloniais agora acontecem
naquele país sofrido; a Rainha foi assassinada e agora Diana é odiada pelos
britânicos, uma das piores líderes que já estiveram no poder. Outras
aconteceram de forma idêntica: Hitler cometeu suicídio, não antes de matar
milhares de milhares de judeus, homossexuais e ciganos; a China é o país mais
populoso e o Japão tem uma tara estranha por mulheres e tentáculos.
Agora sou eu quem
parece estranho, no entanto. Posso ver que minha textura não faz parte desta
realidade e o toque de outras pessoas causa um enjôo em meu estômago. Mas está
melhorando, acho. Estou em uma transição, logo serei apenas mais um homem
perdido entre mundos. Um Passageiro.
Marvin disse que o
preço seria alto... Eu não consigo ficar um segundo com elas sem pensar no
outro Chandler, o Chandler que puxei para meu mundo... não. Não para o meu
mundo. Meu mundo é aqui. Às vezes
sinto minha sanidade se esvaindo, cedendo para a escolha que fui obrigado a
fazer.
Fui obrigado?
Acredito que sim.
Acredito que em infinitas possibilidades, algo assim deveria acontecer, não foi
minha escolha, foi a escolha da Jukebox. Ele está morto, os agentes devem tê-lo
perfurado como uma peneira. E agora estão vindo atrás de mim.
__
Duas semanas. Na
mesa do meu novo escritório tenho o antigo porta-retrato. Elas viram a fotos e
não mostraram curiosidade, provavelmente lembram da praia, da torta de maçã. As
duas pessoas naquela foto estão mortas. No entanto, estão vivas.
O que fode minha
mente é que a sombra está viva e sei que existe uma cópia idêntica dessa foto,
onde a sombra é a de um fotógrafo
morto.
Quando paro para
pensar no turbilhão de acontecimentos que me levaram a apertar a combinaçãp
certa na Jukebox, vejo que meu fatídico último caso não foi um caso, fui um
mero expectador dos acontecimentos manipulados. Nunca pude usar meu cinzeiro em
uma emboscada, por exemplo. Não sei quando perdi meu chapéu, sinto falta dele.
Aqui cheira mofo,
estranho. Acho que vi um dos carros pretos hoje.
__
Três semanas. Minha
pele é estranha. Ou os outros o são, já não sei.
Um carro preto por
quarteirão. Elas estão se afastando de mim, sou um estranho.
Os aviões
derrubaram as torres no dia oito de outubro de 2012, exatamente como em 2001. A
história segue seu rumo, apesar de alguns atrasos. Eu sonho com os tiros que
mataram o Chandler daqui, minha culpa. Quando essa história irá me encontrar?
__
Um mês. Eu deveria
ter retirado a uzi da mochila e matado Darla. Marvin estaria viva. Marvin está viva. Ao menos alguma Marvin. Me pergunto se conseguiria voltar para o meu lado da
Jukebox.
Existe um lado
certo? Existem lados? Acho que não, acho que somos únicos de certa forma, um
todo fragmentado, mas um todo. Eu definitivamente fui seguido hoje de manhã.
__
Quatro meses. Minha
mulher reclama que eu a acordo quase todas as noites, imerso em algum pesadelo
que me faz transpirar e chutar com todas as forças. Ela me chama de outro nome,
não de Chandler.
Eles estão
chegando, eu posso sentir nas paredes, no ar. As árvores me contam. Eles estão
chegando.
Não. Não há ninguém
atrás de mim. Nunca houve um detetive em Londres chamado Chandler D.
Qualquercoisa. Estou apenas cansado. Essas são minhas últimas linhas e
provavelmente vou queimar o documento. Semana que vem começo as sessões de
terapia e tudo tende a melhorar.
__
Vinte e oito semanas. Meu
nome é Jonhatan Raymond. Todos os dias acordo e ando pelas ruas cinzentas de
Londres, fazendo dinheiro e vivendo uma vida que adoro. Eu sou o cara que você
encara no metrô, com um terno suado e uma gravata apertada no pescoço, e
imagina o tipo de vida enfadonha que leva. E você está certo, minha vida é
enfadonha e isso é tudo que sempre quis. Meu nome não é Jonhatan Raymond.
Meu nome é Jonhatan
Raymond.
Chandler Raymond. Não. Não Chandler, Raymond. Como a porra do escritor.
Chandler é uma
palavra estranha.
Meu nome é Jonhatan
Raymond.
Eu nunca queimei o documento. Alguém precisa saber! A
culpa, a culpa! Eu matei J. Raymond e ainda assim elas me amam. Eles estão
chegando. Estão chegando. Estão chegando. Meu nome não é Jonhatan Raymond. Meu
nome é Chandler D. Humphring. Jonhatan Raymond é a minha máscara.
No final da ópera, todas as máscaras devem cair.
Eles estão chegando.
Enfim criei vergonha na cara e li London Noir inteiro. Havias dito que tens orgulho de o ter escrito e eu não poderia concordar mais, é muito bom. Especialmente bom é o modo como migras de uma boa história de detetive para a ficção científica. Gostei muito.
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