sexta-feira, 31 de agosto de 2012

London Noir 4 - Raymond Chandler


A memória mais clara na minha mente é de uma noite no cinema, com meus pais. Ah, como me fascinam as armadilhas que nossa própria mente cria. Minha mulher e filha estão mortas, enterradas na terra e seguiram o ciclo natural da vida: primeiro elas nasceram, cresceram e desenvolveram-se, para decair em alimento no solo, devolvendo assim parte da energia que as constituía por meio da digestão de vermes e larvas. Mesmo assim, o pesadelo recorrente que tenho envolve meus pais, que tiveram uma morte tranquila e natural. Estávamos em um reprise do Fantasma da Ópera e, apesar da música ruim e das atuações tão delicadas quanto um açougueiro destroçando um porco de duzentos quilos, eu estava completamente imerso na película em preto e branco. A donzela em perigo, o mascarado que andava nas sombras... que tipo de criança perturbada não gosta do mais horrendo terror? Não é um pesadelo que foge do comum dentro dos estereótipos deste tipo de sonho, com pessoas perseguidas pelo homem mascarado, não, o meu problema é com a máscara do Fantasma. Podemos ver seu rosto, ver que ele é um humano, nada de sobrenatural aqui, mas há algo escondido, há um segredo naquele rosto parcialmente encoberto. No sonho, acho interessante que chego sempre à mesma conclusão dentro dos reinos de Morpheus, eu percebo que ele, mais especificamente a máscara, é uma analogia para todas as pessoas, para cada segredo escondido e suportado no íntimo, para as feridas silenciosas que corroem lentamente o espírito dos homens atormentados. Eu uso minha própria máscara, você usa uma; o que nos difere, caríssimo Estranho, é quão escondido está o nosso rosto, o tamanho de nossas máscaras.
         Marvin parou o carro na frente de um pub antigo, torturado pelo tempo. As janelas do lugar estavam barradas por placas de compensados e a porta encontrava-se selada por grossas correntes. O pub não tinha mais placa, era um lugar sem nome, apenas um prédio abandonado em estado neutro, cinza o suficiente para escapar de sua atenção. As pessoas passavam por nós, algumas comentando sobre o tiroteio perto de Camden Town, outras conversando sobre assuntos pessoais e outras ainda com fones de ouvido, de onde era possível escutar a bateria de músicas aleatórias. Mas ninguém reparava no prédio decaído. Ela me entregou a mala preta e abriu o cadeado, deixando cair as correntes com um baque agudo, entrando pela porta em seguida.
No lado esquerdo da entrada, algumas mesas estavam empilhadas, como se fossem várias ampulhetas que marcavam a passagem do tempo com pó e mofo no lugar de grãos de areia; a madeira comida por cupins e soterrada por restos de pequenos mamíferos. Uma mesa estava jogada no nosso caminho e fomos obrigados a saltar para ultrapassá-la, o vestido de Darla deixando parte de suas coxas à vista. À minha direita, um balcão igualmente acumulava pó e algumas garrafas vazias ainda estavam enfileiradas no espelho do fundo. Um único pano, certamente usado para limpar os restos de bebida e petiscos da madeira, apodrecia encostado na barra dourada que limitava as bordas do balcão. Caídas no chão, duas camisinhas formavam um X. O prédio é utilizado, afinal, pensei. O ar era sufocante, úmido e estagnado, pesado. Era como respirar em um pote de vidro com uma meia usada, depois de alguns dias sob o sol forte. Meu nariz começou a coçar e espirrei algumas vezes.
Marvin estendeu um lenço e eu agradeci, usando-o sonoramente. “Darla é uma filha da puta”, ela quebrou o silêncio. Estraçalhou, na verdade. “Bob estava me procurando enquanto eu buscava por ele, mesmo sem saber. Escutamos um chamado mútuo.” Novamente ela não fazia sentido... muitas coisas não faziam sentido quando saíam da boca de Marvin. Durante o percurso ela sussurravas frases desconexas e algumas teorias sobre o paradoxo ou algo do tipo. Estava começando a duvidar da sanidade daquela mulher. Olhar para ela por muito tempo fazia minha mente entrar em uma espécie de vertigem, uma descida direta para a loucura, como se meu cérebro lutasse para entender o que via. Ela era impossivelmente linda, sua pele diferia do normal, os olhos pareciam capazes de derreter seus órgãos ou causar um orgasmo com a mesma facilidade. “Ela sugava as energias de Bob, além da conta bancária e favores políticos, claro. Mas ele era apaixonado pela vaca e não podia fazer nada contra isso, eu sei por experiência”, ela concluiu.
“Eu não entendo o que você está dizendo”, devolvi. “Você fala como se Darla fosse outra pessoa... Bob, ou Bret ou qualquer que fosse o nome do imbecil, afirmou que vocês não eram gêmeas, mas a mesma pessoa, que lentes de contatos coloridas definiam quem você seria durante o dia.”
“Não o chame de imbecil, Bob era um homem gentil.” Marvin grudou os olhos castanhos nos meus. Por um segundo, senti minha alma queimando. “Caso a oportunidade de ter novamente tudo aquilo que você perdeu no caminho aparecesse, escolheria este caminho, sem se importar com as consequências?”
Pensei por alguns segundos. “Sim. Talvez... acho que sim.”
“Você não poderá hesitar...”, ela deixou meu nome morrer no ar. “O que vou te mostrar exigirá uma decisão rápida, você não terá muito tempo. Mas saiba, e isso eu descobri por causa do Bob, que sempre somos iguais, ou quase. Nosso nome muda, por algum motivo, e algumas vezes nossa profissão, mas nunca o gosto, ou as pessoas que amamos ou odiamos. Você pode morrer em um lugar e continuar vivo em outro, inclusive na mesma... camada. Uma coisa, no entanto, nunca muda”, Marvin andou até a caixa de energia e, para minha surpresa, as luzes se acenderam quando ela mudou os interruptores, liberando eletricidade para a fiação antiga, “tempo e espaço são invariáveis.”
Luzes acenderam no prédio antigo, revelando ainda mais pó do que eu poderia conceber. Havia ratos e metais enferrujados; teias de aranha envolvendo mariposas e vidro espalhado por todo lado. “Você realmente acredita nessa merda toda?”, uma voz fez eco no salão quase vazio. Olhamos assustados para a origem do som e vimos Darla, igualmente bela. Darla vestia um pesado casaco de peles e tinha um chapéu branco na cabeça, algumas mechas do cabelo dourado penduradas nas orelhas da mulher. Darla e Marvin estavam no meu campo de visão e por um instante a realidade se negou a conceber tal possibilidade. A diferença entre elas, além da coloração das retinas, era que Darla parecia real, enquanto Marvin era envolta por uma textura estranha. A mulher lembrava o coelho Roger durante o filme, um desenho em um mundo real, facilmente identificável enquanto tal. “Ela roubou minha vida. Estendeu a mão e me puxou para ser deixada para trás, mas eu consegui voltar, eu voltei e descobri onde vocês estavam”, ela cuspiu em nossa direção. “Armei um cenário para vocês serem mortos, mas esse inútil”, ela apontou uma pistola .45 para minha cabeça. Minha testa coçou incontrolavelmente diante a ameaça, “estragou tudo. Você seria manipulado até matá-los, não deveria acontecer assim.” Ela puxou um dos ombros do casaco e revelou o corpo nu, colocando um seio nas mãos e apertando, deixando o mamilo rosado escapar entre os dedos indicador e médio. “Isso seria seu para sempre.”
Estiquei as duas mãos para ela, soltando a mala no chão e mostrando minhas palmas limpas. “Darla, cuidado com isso, não queremos acidentes por aqui, certo?”
“Não desperdice energias”, Marvin disse. “Bob a ensinou mostrar a arma apenas quando for disparar. Ela sabe o que está fazendo... e quer fazê-lo.”
Darla sorriu, um riso sinistro. Tenho certeza que um bebê morreu em algum lugar do mundo só por causa daquele sorriso, carregado da mais pura maldade. Vingança, diziam seus lábios esticados quase de orelha a orelha. “Meu Bob está morto...”
Você o matou, sua puta louca!”, Marvin berrou.
“...e agora será sua vez. Mas sempre posso ir até outro Bob, matar outras Marvins e roubar meu precioso marido, não é?” A arma em sua mão disparou, mas Marvin havia previsto o movimento e se jogou em minha direção. Caímos atrás de algumas mesas e o corpo da mulher deixou todo seu peso sobre meu estômago. O ar entre nós produziu certa estática e eu me afastei o mais rápido possível. Outro disparo e uma lasca de madeira acertou meu rosto, produzindo um filete de sangue.
O barulho dos tiros naquele lugar fechado machucavam meu ouvido e deixavam minha cabeça tonta. Eu não conseguia pensar diteiro, estava desorientado e confuso quanto ao que fazer. “Por que estamos aqui?”, perguntei para Marvin. Não sei se falei ou gritei as palavras. Darla continuou a disparar em nossa direção, fazendo buracos nas mesas podres e trocando rapidamente de pente.
“Na Jukebox”, ela respondeu, “B-42.” Essas foram as últimas palavras de Marvin, nesse ou em qualquer outro mundo. Assim que terminou de falar, seus lábios encostaram nos meus em um beijo hipnotizante. O mundo explodiu em minha cabeça e, por um milésimo de segundo, acho que encostei alguma energia poderosa e secreta, reveladora. Um último disparo da arma de Darla e a cabeça de Marvin tombou para o lado, uma mistura de sangue e pedaços de osso saindo por um pequeno buraco. Os olhos perspicazes encaravam sem vida para o teto. O paradoxo, afinal, não fora forte o suficiente para salvá-la.
“Não!”, gritei até quase estourar minhas cordas vocais. O som da gargalhada, no entanto, fez meus gritos morrerem. Darla ria como o Coringa, de forma quase gutural e insana, uma risada desesperada e aliviada ao mesmo tempo. Eu me levantei, com minha própria arma, até agora esquecida no coldre, em mãos. “Porquê? O que você fez?”
Ela enxugava lágrimas negras que escorriam pelo rosto alvo, o rastro da maquiagem pesada marcando as bochechas. Ela abriu a boca, mas antes que pudesse falar qualquer insanidade, olhou para a própria barriga, cheia de pontos vermelhos. Cinco disparos rasgaram o torso da mulher no meio e duas Darlas caíram em uma poça de sangue, estômago e intestino. Em menos de três segundos o lugar estava cheio de agentes, parecidos com os que haviam nos perseguido naquela manhã. Eram como os clones Imperiais, uma fila interminável de Agente Smiths que procuravam apagar os bugs da Matrix. Eu corri para o fundo do bar, para a Jukebox, e apertei a combinação sussurrada por Marvin, o último legado da misteriosa mulher, cujo hálito ainda existia em meus lábios. B, meus dedos pressionaram sobre os gritos para me render. 4 e 2.
O mundo ao meu redor foi sugado pela Jukebox, um aparelho de madeira, com o desenho antigo dos rádios pré-guerra, eu pude então notar. A realidade foi sugada, como a luz reage perto de um buraco negro, concentrando-se em um minúsculo ponto no meio da Jukebox. Olhei para a lista de músicas e notei que quase todas eram do Queen ou do Beatles. “Humm”, soltei. Por um breve momento, existia apenas eu e a máquina em um infinito escuro e sem vida. O tempo parecia não existir e todas as coisas estavam mesclado em uma única esfera, perfeita e harmoniosa.
De repente, o mundo explodiu em cores, diversos mundos, diversas vidas, incontáveis Chandlers. “Você me puxou”, escutei Darla em minha mente. Eu olhava para várias versões de minha vida, como uma tela de televisão mostrando cenas diferentes, lado a lado. Um dos Chandlers estava ligeiramente acima do peso e vestia um horrível terno esverdeado, outro usava um tapa-olho e estava fumando um gigantesco charuto; um deles estava bronzeado, o outro cheirando cocaína. Robert teorizou sobre os universos paralelos e as infinitas possibilidades causadas por minúsculas variáveis em nossas vidas. Era para isso que eu olhava agora: minha versão nos universos em que ainda estava vivo. Eu era um traficante, um escritor, um pedreiro, um padre, um desenvolvedor de nanotecnologias, um transsexual... uma infinidade de versões de minha própria pessoa estavam ao meu dispor. E todas as versões se olhavam, curiosos. Marvin dizia a verdade sobre o tempo e espaço, estávamos todos no mesmo lugar.
Da mesma forma que minha realidade desapareceu quando liguei a Jukebox, as luzes começaram a piscar. Se eu fosse fazer algo, tinha de ser naquele momento. Foi quando vi um Chandler carregando uma aliança na mão esquerda. Ele olhava assustado para o que acontecia, tentando entender os homens tão parecidos com ele mesmo. Vestia uma camisa azul e tinha uma fina camada de barba por fazer, como a que agora tomava conta do meu rosto. Sem pensar, como sempre ocorre nesses momentos, eu o peguei pelo ombro e puxei para o meu lado da realidade e me joguei para o lugar de onde ele vinha. Foi mais fácil do que eu poderia imaginar, ele não ofereceu resistencia alguma, tomado pelo choque.
Á minha costas, escutei os disparos.
O mundo piscou. E apagou.
Agora estou em um porão, escrevendo essas páginas em um computador estranho, iluminado com ajuda de uma vela. Cheira mofo, aqui. Mas é o único lugar desagradável de toda a casa, tenho que dizer. Se eu subir agora as escadas, vou encontrar uma casa organizada e aromatizada, brinquedos espalhados pela sala, e o cheiro do shampoo de minha mulher espalhando-se pelos cômodos. Está um dia bonito lá fora e os passaros cantam enquanto os vizinhos acendem churrasqueiras e o barulho de crianças brincando nas piscinas invadem meu jardim. É a vida que eu sempre quis para minha família. Elas estão vivas e felizes. Eu sou um analista financeiro de uma grande fábrica e, apesar das longas horas diárias, vivo uma vida confortável com minhas duas princesas.
Esse mundo é parecido com o que vim, mas há diferenças. 11/9 nunca aconteceu, a Guerra do Vietnã foi vencida pelos Estados Unidos e horrores coloniais agora acontecem naquele país sofrido; a Rainha foi assassinada e agora Diana é odiada pelos britânicos, uma das piores líderes que já estiveram no poder. Outras aconteceram de forma idêntica: Hitler cometeu suicídio, não antes de matar milhares de milhares de judeus, homossexuais e ciganos; a China é o país mais populoso e o Japão tem uma tara estranha por mulheres e tentáculos.
Agora sou eu quem parece estranho, no entanto. Posso ver que minha textura não faz parte desta realidade e o toque de outras pessoas causa um enjôo em meu estômago. Mas está melhorando, acho. Estou em uma transição, logo serei apenas mais um homem perdido entre mundos. Um Passageiro.
Marvin disse que o preço seria alto... Eu não consigo ficar um segundo com elas sem pensar no outro Chandler, o Chandler que puxei para meu mundo... não. Não para o meu mundo. Meu mundo é aqui. Às vezes sinto minha sanidade se esvaindo, cedendo para a escolha que fui obrigado a fazer.
Fui obrigado?
Acredito que sim. Acredito que em infinitas possibilidades, algo assim deveria acontecer, não foi minha escolha, foi a escolha da Jukebox. Ele está morto, os agentes devem tê-lo perfurado como uma peneira. E agora estão vindo atrás de mim.

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Duas semanas. Na mesa do meu novo escritório tenho o antigo porta-retrato. Elas viram a fotos e não mostraram curiosidade, provavelmente lembram da praia, da torta de maçã. As duas pessoas naquela foto estão mortas. No entanto, estão vivas.
O que fode minha mente é que a sombra está viva e sei que existe uma cópia idêntica dessa foto, onde a sombra é a de um fotógrafo morto.
Quando paro para pensar no turbilhão de acontecimentos que me levaram a apertar a combinaçãp certa na Jukebox, vejo que meu fatídico último caso não foi um caso, fui um mero expectador dos acontecimentos manipulados. Nunca pude usar meu cinzeiro em uma emboscada, por exemplo. Não sei quando perdi meu chapéu, sinto falta dele.
Aqui cheira mofo, estranho. Acho que vi um dos carros pretos hoje.

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Três semanas. Minha pele é estranha. Ou os outros o são, já não sei.
Um carro preto por quarteirão. Elas estão se afastando de mim, sou um estranho.
Os aviões derrubaram as torres no dia oito de outubro de 2012, exatamente como em 2001. A história segue seu rumo, apesar de alguns atrasos. Eu sonho com os tiros que mataram o Chandler daqui, minha culpa. Quando essa história irá me encontrar?

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Um mês. Eu deveria ter retirado a uzi da mochila e matado Darla. Marvin estaria viva. Marvin está viva. Ao menos alguma Marvin. Me pergunto se conseguiria voltar para o meu lado da Jukebox.
Existe um lado certo? Existem lados? Acho que não, acho que somos únicos de certa forma, um todo fragmentado, mas um todo. Eu definitivamente fui seguido hoje de manhã.

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Quatro meses. Minha mulher reclama que eu a acordo quase todas as noites, imerso em algum pesadelo que me faz transpirar e chutar com todas as forças. Ela me chama de outro nome, não de Chandler.
Eles estão chegando, eu posso sentir nas paredes, no ar. As árvores me contam. Eles estão chegando.
Não. Não há ninguém atrás de mim. Nunca houve um detetive em Londres chamado Chandler D. Qualquercoisa. Estou apenas cansado. Essas são minhas últimas linhas e provavelmente vou queimar o documento. Semana que vem começo as sessões de terapia e tudo tende a melhorar.

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Vinte e oito semanas. Meu nome é Jonhatan Raymond. Todos os dias acordo e ando pelas ruas cinzentas de Londres, fazendo dinheiro e vivendo uma vida que adoro. Eu sou o cara que você encara no metrô, com um terno suado e uma gravata apertada no pescoço, e imagina o tipo de vida enfadonha que leva. E você está certo, minha vida é enfadonha e isso é tudo que sempre quis. Meu nome não é Jonhatan Raymond.
Meu nome é Jonhatan Raymond.
Chandler Raymond. Não. Não Chandler, Raymond. Como a porra do escritor.
Chandler é uma palavra estranha.
Meu nome é Jonhatan Raymond.

Eu nunca queimei o documento. Alguém precisa saber! A culpa, a culpa! Eu matei J. Raymond e ainda assim elas me amam. Eles estão chegando. Estão chegando. Estão chegando. Meu nome não é Jonhatan Raymond. Meu nome é Chandler D. Humphring. Jonhatan Raymond é a minha máscara.
No final da ópera, todas as máscaras devem cair.
Eles estão chegando.

Um comentário:

  1. Enfim criei vergonha na cara e li London Noir inteiro. Havias dito que tens orgulho de o ter escrito e eu não poderia concordar mais, é muito bom. Especialmente bom é o modo como migras de uma boa história de detetive para a ficção científica. Gostei muito.

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