segunda-feira, 6 de agosto de 2012

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Um dos problemas de viajar por terras estranhas é a língua das novas paragens. Não há dúvidas, por certo, de que novas línguas enriquecem a experiência viajante, mas tampouco há dúvidas de que desconhecer o idioma da terra em que se está ocasiona, vez ou outra, problemas grotescos.

Saudoso de seu bar, de seus amigos, da terra de que tinha vindo, Ozias andou cego, às apalpadelas, por alamedas vielas por becos e bairros sujos. Procurava um canto escuro e aconchegante onde pudesse beber ao som de uma vitrola antiga, olhando mulheres bonitas e tendo cerveja gelada. Por toda a parte que passava não podia encontrar nada, e a memória de seu Clube batia e rebatia na mente tal qual martelo a pregar parede.

Eis que viu uma placa, com pouca iluminação, e a palavra que ali estava era de tal feita parecida com a tabuleta do bar do Clube que, sem mesmo hesitação, meteu-se por porta adentro. As caras paradas gélidas deitadas nuas em mesas deixaram Ozias saber que se metera em problema sério.

Entrara num necrotério.

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