segunda-feira, 26 de abril de 2010

Introdução ao trabalho intelectual

E agora eu preciso escrever mais 15 páginas, no mínimo, até dia 3. É prazo, deadline, se eu atraso lá vem morte. Ou reclamação. Meu orientador não entende, não sabe que entre uma ponta e outra do doutorado têm 7 países, 4 namoradas e uma meia dúzia de amantes. Sem contar os amigos que tiram a atenção pra levar você pro bar...

Mas tudo bem, que agora eu parei tudo. Só o texto, só a tese, resolvido. Se eu estivesse na praia, ainda, seria mais difícil. Mas não é não; agora eu tô aqui, enterrado até o umbigo num mar de livros, sem ninguém pra atrapalhar.

E esse é o problema, o puto do problema. Agora eu preciso escrever, eu preciso reler tudo e ler de novo, e anotar uns entre-aspas e escrever, e escrever. Uma tese original, uma ABNT, eu preciso pensar, preciso ser bom, ser genial. Isso dá trabalho

e eu acho que nem consigo. Não dá, sei lá, como vou fazer pra inovar? E que vai adiantar? Servir pra quê, isso vai? Pra nada, uai, aposto, tenho quase certeza. Absoluta.

Ficasse na labuta de acordar cedo, ir pra roça carpir mato, cortar cana, rachar lenha, trabalho brabeza mesmo, isso sim, trabalho. Agora eu, aqui? Trabalho? Só me pagam porque sonham que eu faço alguma coisa das que presta.

Mas eu sei que é só conversa.

Um comentário:

  1. Só agora percebi que o blog voltou a funcionar! E gostei do que li por aqui, principalmente, neste post. Você sabe o porquê, né? ;)

    Beijo,
    Ane

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