Ele entrou no Clube esbaforido e um pouco suado. Nada demais. Estava começando a estar acostumado com aquilo, e já corria praticamente com um pé nas costas. A falta de ar era surpresa.
Dois dias antes correra o mesmo caminho e nada de nada naquele campo, apenas mato. Era a entrada da favela, bairro de lata ao pé do cemitério. Era um bom lugar pra morrer, em qualquer lado do muro. Mas a surpresa não era morte, daquela vez. Correndo ele viu, baixo o sol que se punha no horizonte, um monte de florzinhas a sorrir.
Margaridas, pensou ele, mesmo conhecendo pouco quase nada de flores ou faunas. Rapaz de cidade, coitado, sonhando acordado com vidas no mato e um mundo melhor.
Seja como for, foi assim que ele contou. Entrou no bar e pediu, num sorriso, um copo de água por favor muito obrigado. Sim, sim, claro que estou bem, sim, você não sabe a quantidade, meu amor, você não sabe
era o campo do cemitério inteiro inteirinho de pétalas brancas, de centro amarelo. O sol lá se pondo e do solo brotando mais uma infinidade de pequenas estrelinhas, até onde alcançava a vista, pelo menos a minha.
Joana sorriu, pensando no sol lá de fora, nas flores, na aurora do dia final de estação.
Em algum lugar o inverno estava mais próximo, mas aquele lugar não era ali. Ali o verão acenava de longe, mandando um parente dizer olá. A prima vinha.
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