Pensei muito sobre como escreveria para essa semana. Dia do Escritor,e já que somos brasileiros, porque não Semana do Escritor? Ponderei sobre escrever uma breve narrativa sobre algum momento da vida de um escritor. Considerei um breve e vazio ensaio sobre o ofício de costurar palavras, e felizmente o juízo me fez considerar minha insignificância a tempo de mudar de idéia. Ponderei até sobre escrever um texto sem absolutamente nada a ver com o título da semana.
Foi então, e só então, que me lembrei de uma das maiores bênçãos da arte literária, aquela que a torna tão vasta e democrática, que me permite dissertar sobre o tema e nos autoriza a publicar nossas bobagens por aí: mesmo os escritores ruins, mesmo os muito ruins, ainda são escritores. São escritores porque escrevem, mas principalmente porque publicam. Porque dão a fuça para os leitores socarem. Não só arriscando uma crítica, não só arriscando uma crítica atroz e fulminante, daquelas de desanimar, mas arriscando o total e absoluto silêncio. Como se ninguém tivesse lido duas das 100 linhas que você achou que mereciam um olhar. É por isso que ficamos tão animados quando vemos um comentário, mesmo que para nos chamar de semi-analfabetos. Porque quem não se deu ao trabalho de ler, dificilmente se dá ao de comentar. Somos uma raça carente, há que se dizer.
E foi assim que cheguei até aqui, até esse textinho sem pretensão. Porque se estamos mesmo na Semana do Escritor, então ainda que à custa de dor e vergonha para a literatura brasileira, é minha semana. E como escritor na Semana do Escritor, me reservo o direito de não falar sobre nada além de porque decidi não falar sobre nada. E seria adorável se vocês comentassem mais nossos textos aqui no Clube. Até semana que vem.
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