segunda-feira, 26 de julho de 2010

ideogrâmico

Na feira mundial de literatura, livros e novas mídias educacionais, no pátio da maior editora de Taiwan, os estandes de autores e empresas enfileiravam-se a perder de vista. Entrando no evento pela esquerda, na esquina mais distante do prédio principal, a visão era enlouquecedora para qualquer bibliófilo.

Milhares de pessoas de toda parte do mundo se aglomeravam em torno dos autores famosos, das editoras com descontos incríveis e nas filas para as palestras das estrelas do mercado. Era um formigueiro mundial de bichinhos com livros na mão caminhando de um lado pro outro, sem dar atenção a nada que não fossem livros e escritores consagrados, a quem devoravam como formigas a besouros.

No corredor Z3-E78 – que quer dizer “corredor Z do terceiro conjunto de estandes, estande 78” – um pequeno senhor, dos já passados 80 anos, escrevia lenta e calmamente em pedaços perdidos de páginas mal impressas, daquelas provas que as editoras recebem com erros, ou daquelas provas que as editoras erram ao editar. Naquele pedaço da grande feira não havia muita gente, muito menos no estande do velhinho que, a despeito disso, escrevia letra a letra a melhor história da História humana

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