Alarme toca. Desperta da soneca vespertina. Banho com sabonete líquido. Roupa escolhida desde cedo quando voltou. Top preto para os seios. Short mais justo que o criador. Pensa, “se sair de casa e o moço da farmácia me olhar estou bem vestida”.
Cinco horas da tarde. Na frente da faculdade de odontologia. Lutou a tapas pelo local. Um moço caminha na praça a frente. Finge que não a ve. Ela sabe porque. Está acostumada a viver entre a ignorancia e a louvação.
Meia hora depois, um homem para com o carro. Olha de cima a baixo. "Gostosa", sussurra. Ela entra no carro. Quando chega em casa, ao tomar banho, nota uma marca que não tinha antes. Uma mulher como ela não deve ter marcas.
Antes de dormir come um sanduíche. Agradece a Deus pelo dinheiro. Ela tem de viver, afinal. O pau nosso de cada dia.
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