Ressaca. O salto da garçonete parece batucar no assoalho de sua mente. Madeira. Ponta de ferro. Ponta de ferro? Ponta de ferro. Um novo modelo, supõe. Algum desses saltos da moda, da estação. Que estação, a propósito?
Primavera quase verão? Outono quase inverno? Não sabe, de fato. Só ouve o sapato. O toc toc se aproximando, pelo menos, é sinal de que a bebida vem. Foda-se a batucada.
Quarta-feira de cinzas sem carnaval. E numa segunda. Pior que nem é a primeira vez. Qual será?
Sabe não. A cachaça chegou e os saltos batucam pra longe. No fundo da mente um demônio espera o banho de álcool. Marcílio bebe de um gole e, com o fósforo aceso, incendeia a si mesmo. Por dentro. Que o demônio vá pro diabo que o carregue.
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