Quando se encontraram a atração fora quase imediata. Não eram tímidos e sabiam aquilo que queriam. Estavam dispostos na mesma equação e na mesma sintonia. Conversaram, inicialmente tentando parecer por acaso. Depois desenvolveram uma espécie de elo, buscando consensos em comum, maneira de dizer “sim, temos uma conexão”. E, duas horas depois de tal diálogo, beijavam-se pela primeira vez.
Eram dez horas da noite quando ele derrubou os livros de cima da cama, para dar um espaço para eles. Talvez tenha dito que nunca se sentira assim antes. Era bobagem, ele sabia e ela, se não soubesse, enganava-se.
Enquanto ele a despia, ela temerosa tentava lhe dizer: tenho algo a lhe falar, é importante. Dane-se, pensava. Qualquer coisa que poderia ser dita, poderia ser dita mais tarde. No início, imaginou que seria algo bobo. Poderia ela ser virgem? Não. Impossível. Ele reconhecia aqueles olhos de caçador que observa a caça, como ele a tinha olhado também.
Ela tentava, mas ele irrompia em beijos. Não queria obstruir a ação com um comentário sobre sexualidade, algum problema psicológico ou nada no estilo.
Meia noite, já vestidos, trancou a porta da casa e a levou, a pé, para a casa dela. Ainda era romântico. No fundo, bem no fundo.
No dia seguinte, ele acordou feliz. Tivera uma noite excelente. O telefone tocou, era ela. Após se identificar, as frases se coincidiram. Ambos tinham o que dizer. “Diz você primeiro”, ela pediu.
- Tenho algo para você, comprei hoje, e você?
- Eu não.
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